Já vi esta série há vários meses apesar de só estar a escrever sobre ela agora. É provavelmente uma das melhores séries que já vi. Quando cheguei ao último episódio dei por mim a ir buscar o livro que lhe serviu de base e a folhear as últimas páginas, para ficar a saber como a história seguia. A cena final coincide com a última página e fiquei com um nó na garganta, que só uma confirmação ou continuação da história podia desatar. E depois de ver o último episódio fiquei uns dias com uma sensação estranha, como se de um luto se tratasse, uma inquietação que não sei explicar, mas é exatamente esta sensação que me leva a classificar esta série desta forma. Tocou-me particularmente e agitou-me as emoções. Espero que exista uma porta aberta a uma sequela mas se isso não vier a acontecer, posso sempre imaginar um desenlace ideal, mais romântico ou mais cru.
Os 12 episódios resultam de uma adaptação do livro de Sally Rooney, obra com o mesmo título. No centro da história estão Marianne e Connel, ele um jovem desportista popular e bem integrado na escola e ela uma pessoa estranha, sarcástica e muito reservada, sem qualquer ligação com os colegas (talvez devido à sua personalidade vincada). A história de amor entre os dois começa em segredo no liceu de uma pequena cidade irlandesa e continua até à faculdade, com vários encontros e desencontros pelo meio. Uma história de amor vibrante e crua, retratando o amor como algo natural tantas vezes tornado complexo quando a comunicação não flui. Fala de como as pessoas, no seu processo de auto conhecimento e crescimento, vão procurando diferentes versões de si mesmas: para se acomodarem, integrarem ou simplesmente para tentarem compreender o seu papel na relação com os outros.
It was different with you. I did not have to play any games. It was just real
Marianne, em Normal People
É esta crueza com que a história é contada que nos faz sentir que podíamos ser nós a vivê-la, um retrato real de pessoas normais. Os olhares e os silêncios dos dois protagonistas fazem com que algumas cenas sejam bastante intensas, principalmente quando percebemos a existência de sentimentos e emoções que não conseguem traduzir em palavras.
Se ainda não vos convenci a ver esta série, não tenho mais argumentos. É, sem dúvida, uma das minhas séries favoritas. E vale muito a pena. Não prometo que não vertam uma lágrima.
Podem ver a série na HBO.
Quem já viu, concorda? (sem spoilers, please!)
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