Este ano fui mais uma vez a Serralves em Festa. Resolvemos, ao almoço, comer qualquer coisa por lá e eu tive uma boa surpresa: fui à Comida de Rua e acho que não poderia te feito melhor escolha. Pedi uma sandes de carne assada com compota de cebola e queijo de cabra e umas batatas fritas caseiras à rodela. Comi, adorei e não mais aquela deliciosa combinação me saiu da ideia! Não descansei enquanto não a consegui reproduzir, à minha moda.
O primeiro passo foi fazer a compota de cebola: usei cebola roxa e segui esta receita, retirando apenas o louro. Resultou muito bem e fiquei com um frasco com quantidade generosa para outras ocasiões! Depois foi a vez da carne e aproveitei para tentar fazer uma carne de porco desfiada, uma peça de carne assada lentamente, adocicada, e que deve o seu nome ao modo como se desfia com um garfo, quando confecionada (do inglês, pulled pork), com a qual já me tinha cruzado algumas vezes.
A escolha da peça é muito importante, neste caso, e o modo como se cozinha também (tapado). Digo isto porque não acertei à primeira. Não estando a seguir nenhuma receita em concreto, mas antes as ideias que fui vendo aqui e ali, descobri estes como sendo os dois aspetos fundamentais, para se conseguir que a carne desfie e se mantenha suculenta. Usei cerca de 1kg de pá de porco cortada em dois pedaços, por ser uma parte com mais gordura, e assei com bastante líquido, numa assadeira com tampa, em forno baixo, durante cerca de 3,5 horas ou até um pouco mais. Este foi o modo que encontrei para substituir a panela de cozimento lento (slowcooker, crockpot), que não tenho, mencionada muitas vezes como utensílio necessário nas receitas de porco desfiado.
Assar a carne
A carne assou temperada com sal e pimenta quanto baste, cerca de 1/4 de chávena de vinagre balsâmico, 1 colher de sopa de melaço de cana, 2 a 3 colheres de sopa de açúcar amarelo e molho worcestershire a olho (cerca de 2 colheres de sopa). Acrescentei água até chegar a cerca de meio da carne e levei ao forno, a 160ºC, durante cerca de 3,5h, virando a carne a meio do processo. A carne mantém bastante líquido, mesmo ao fim deste tempo e sabemos que está pronta quando se separa facilmente em fios, ao raspar um garfo.
Preparar as sandes
Desfiei a carne toda e acrescentei algum líquido do assado. Para fazer as sandes coloquei um montinho da carne, um colher de sopa generosa de compota de cebola e 2 ou 3 rodelas de queijo de cabra, conforme o gosto. Para mim, esta é uma combinação de sabores (gulosa e) perfeita!
Aquilo que como tem muito a ver com a forma como me sinto. Se me sinto cansada ou mais stressada, tenho tendência a fazer piores escolhas alimentares, que é precisamente o inverso do que devia fazer. Nesta altura do ano, com “um ano de trabalho em cima”, anseio mais do que nunca pelas férias. Anseio também por quebrar com esta ligação emocional à comida, quase a roçar a auto-sabotagem, quando o corpo devia era ser nutrido para reunir as forças necessárias para aquele pulinho extra até às férias, ligação que se evidencia nestas alturas de maior cansaço, mas pelos piores motivos. As más escolhas alimentares fazem-me sentir letárgica, e isto é precisamente o que não quero, e não preciso. Preciso, portanto, de quebrar o ciclo. Sei-o porque o meu corpo encarrega-se de mo dizer: “hey, tu aí, vê lá se comes melhorzinho, ok? Deixemos as gulodices para os dias de festa!”
Alguém mais por aí que se sinta (ou já se tenha sentido) assim?
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